(Artigo atualizado a 1 de setembro)

Taxa variável ou fixa no Crédito Habitação?


Vai contratar um novo crédito habitação e não sabe qual a melhor solução, taxa variável ou fixa.

Nos créditos à habitação com taxa de juro variável, a taxa de juro do empréstimo resulta da soma de duas componentes: o indexante ou taxa de referência, que é a Euribor, e o spread.

Os prazos da Euribor mais utilizados no crédito habitação são a seis e doze meses, isto é, o valor da Euribor é revisto semestral ou anualmente. O valor da Euribor utilizado para a prestação que irá vigorar no período seguinte contratado é calculado com base na média aritmética simples do mês anterior, sendo esta taxa obrigatoriamente arredondada à milésima.

Quando o valor da Euribor é revisto, a taxa de juro do empréstimo pode subir ou descer refletindo essa alteração e, como tal, a sua prestação aumenta ou diminui.

À Euribor acresce o spread contratado pelo banco, que depende do risco de crédito do cliente, das garantias apresentadas e da relação entre o montante do financiamento e o valor de avaliação do imóvel ou de outros produtos facultativos eventualmente contratados entre o cliente e o banco.

Claro que é também nos momentos em que as taxas estão mais altas que os bancos oferecem melhores condições: temos já bancos com spreads mínimos de 0,85%, considerando o perfil dos clientes.
 
Nos financiamentos com taxa fixa, esta taxa mantém-se inalterada durante o prazo que tiver sido contratado com o banco (5, 7, 10 anos ou todo o prazo do empréstimo). A prestação não altera, pois não está sujeita à flutuação da Euribor. Mas isto significa que a prestação do financiamento é mais alta no momento da contratação do crédito, pois o mutuário paga o preço pela estabilidade e segurança do seu financiamento.

Esta taxa tem como referência a taxa fixa que se pratica no mercado interbancário para o mesmo prazo: a designada taxa swap. Por exemplo, agosto fechou com a taxa swap a 10 anos em 2,145% e a 5 anos em 2.264%

Como o banco coloca o respetivo lucro em cima desta taxa, é normal que a prestação se torne mais elevada que na variável.

Então que taxa escolher, já que a Euribor, depois de 7 anos em terreno negativo, registou uma subida nos últimos meses e perspetiva-se que continue ainda a subir até atingir o seu valor considerado médio e “normal”, entre 2% a 2,5%? Note-se que se 2022 começou com uma taxa Euribor a 12 meses em negativo, de  -0,499%, o mês de agosto terminou com a taxa já em 1,778%.

A escolha depende então de vários fatores e, na verdade, deverá resultar da análise que faça dos seus rendimentos e da perspetiva futura desses mesmos rendimentos; do imóvel que comprar (se pretende ou não manter esse imóvel a longo prazo); se consegue comportar uma prestação mais elevada em prol da sua tranquilidade; ou se está disposto a ajustar-se às oscilações da Euribor e negociar com o seu banco as melhores condições.

Não descure a inflação verificada, a mais alta dos últimos 30 anos, e elabore o seu orçamento familiar medindo todos estes fatores. O seu crédito habitação tem de ser feito de forma responsável e tranquila. A compra de uma casa deverá ser uma fonte de alegria, não de preocupações.

É para o aconselhar e encontrar a melhor solução para o seu crédito habitação que trabalhamos todos os dias em parceria com várias entidades bancárias. Como costumamos dizer, cada banco sabe as suas melhores condições e nós sabemos o melhor de todos os bancos e o que é melhor para cada cliente.